A cartografia pedagógica da Gira Girou está entrando na fase de Finalização do Projeto. Educadores da escola - entre professoras de referência, gestoras, coordenadores e Cem Linguagens da Educação Infantil e do Ensino Fundamental - reuniram-se no Planejamento Coletivo para compartilhar ideias e bases para a tarde de 24 de novembro, quando a Gira Girou, as crianças e as famílias estarão juntas, dividindo tudo o que foi experienciado ao longo de 2018. 

A palavra "finalização" representa um marco, mas não necessariamente um fim, pondera a gestora Erika Andrade. A ideia é que todas as produções possam ser aprimoradas e transformadas, dando movimento ao tema "Nós no mundo". Aproveitando que a escola comemora dez anos, a intenção é que as exposições e instalações da Finalização do Projeto tenham uma permanência após essa data e fiquem ou na escola ou em outros espaços de Salvador que sejam simbólicos para a infância. 

As famílias também estão sendo convidadas a participar de todas as etapas junto com os educadores e as crianças. "São todos co-autores dos processos que as crianças vivem", diz Erika. A Finalização do Projeto é um momento de partilhar uma história, algo que já vem sendo vivido. "É tempo de celebrar e fechar o ano com coisas que já estão presentes no grupo. Não é um extra", observa a gestora Andrea Alves. 

O Planejamento Coletivo vem sendo construído desde julho, quando a equipe pedagógica da Gira Girou começou a esboçar o desenho do mapa que vai culminar na Finalização do Projeto. No Ensino Fundamental, esse mapa foi para a sala de referência e ganhou interferências das crianças, que também se inspiraram nessa ferramenta para desenvolver os Planos de Ação do livro que será lançado em breve. Na Educação Infantil, o mapa do Planejamento Coletivo ficou um tempo exposto no mural da secretaria e pôde ser observados por todos. 

No encontro que discutiu a Finalização do Projeto, cada professora de referência apresentou brevemente as ideias dos seus ciclos. Essas ideias ainda serão ajustadas e estão abertas a sugestões de educadores, gestores, famílias e, claro, das crianças. 

Ciclo I matutino (Ludmila Melo) – As pesquisas sobre o arco-íris sugeriram a confecção de um paredão de azulejo, como um mosaico. Cada pedacinho do trabalho vai representar a expressão de uma criança e, juntos, os azulejos darão unicidade à parede escolhida. A intenção é que seja na Praça Flora, para que possa ser visitada com frequência, já que é perto da escola. 

Ciclo I matutino (Dâmaris) – No grupo que vive a celebração, a proposta é de uma festa à fantasia. As peças usadas pelas crianças também serão apresentadas em um desfile, ao som de maracatu, em parceria com João Almy, Cem Linguagens de música. 

Ciclo I vespertino (Jan) – Nas pesquisas sobre o rio São Francisco, o grupo será convidado a esculpir em argila uma carranca, símbolo de proteção das águas. Segundo pró Jan, Vicente sugeriu que a carranca seja levada para o Recanto São Francisco, onde foi a Abertura do Projeto "Nós no Mundo", para proteger a fonte dessa praça. 

Ciclo I vespertino (Camila Plácido) – No grupo que investiga o Lobo, a proposta é que as crianças construam um Lobo Gigante (1m30cm), feito de papel marché, de lata ou de garrafa PET. A inspiração é a escultura de um cachorro, também feito de material reciclável, assinada pelo artista plástico Bel Borba e que fica no bairro do Rio Vermelho. Entre as ideias de destino desta produção - pensando em sua durabilidade - O Lobo Gigante pode ficar para o acervo da Gira Girou ou ser doado para a Biblioteca Infantil Monteiro Lobato. 

Ciclo II matutino (Camila Barreto) – O grupo que vive a natureza - e de onde nasceu a história de "Nós no Mundo" - fará uma plantação de árvores e flores na Praça Flora. As crianças já estão pesquisando as espécies que exigem menos manutenção, para garantir a sobrevida do verde. As famílias serão convocadas a doar sementes e juntas, pesquisar com as crianças sobre programas de doação de mudas. 

Ciclo II matutino (Meire Silva) – Entre as crianças que tem vivido a água e já construíram uma fonte, a proposta é de remontar essa fonte em outro espaço da escola, com tamanho maior e mais visibilidade. O grupo já vem cuidando da primeira fonte, participando inclusive da limpeza e reposição dos materiais de decoração. 

Ciclo II vespertino (Camila Andrade) – As crianças estão vivendo a diversidade das frutas. Por conta disso, surgiu a proposta de uma Feira Gastronômica. A ideia é que seja um espaço de múltiplas expressões, cabendo inclusive os "frutos do mar". Será sugerido um mutirão para a construção das barracas e que a feira possa trazer outros elementos além da gastronomia, como brinquedos e esculturas. 

Ciclo II vespertino (Gabriela Leite) – Para o grupo que tem vivido os bichos no corpo, no jogo simbólico da fantasia, a proposta é a construção de um painel de madeira que sirva como suporte para as crianças fazerem fotos. Como o Ciclo II investiga tanto bichos do jardim quanto os bichos do mar, haverá uma representação de cada, para que os meninos e meninas possam escolher com que animal querem se misturar. 

Ciclo III (Ana Raquel) – O grupo vai realizar a 2ª edição da feirinha, que aconteceu em setembro, no quintal da escola. Desta vez, as crianças pretendem doar o que venderem para uma instituição. Alvinho deverá desenvolver alguma ação brincante nesta segunda feirinha. 

Ciclo IV (Wendy Silva) – Inspirados no Planejamento Coletivo dos educadores, as crianças elaboraram Planos de Ação dentro do tema África, Poesia e Brasil. As pesquisas individuais servirão de base para a construção de um livro interativo. A história começa na África, berço da humanidade e tem na personagem Geni, a poderosa mãe do povo negro. Em parceria com a professora de música Dani Mota, o livro virá acompanhado de um CD, gravado ao vivo com as crianças.