A experiência do encantamento...

Quantas experiências realizamos ao longo da vida?

Todas permitem demarcar a configuração do eu, revelando o caráter da diversidade humana.

Contemporaneamente alcancei uma formação acadêmica que já me fazia refletir, analisar e questionar o processo de importação, ainda recorrente em nosso país, ao que se refere ao processo educativo.

Assim conhecer Reggio Emilia jamais possuiria esta intencionalidade, até mesmo porque como demarcam os dados avaliativos da conjuntura nacional, seria impossível!

Reggio, agora posso assim chamá-la, pois já me aproximei de sua intimidade, é atualmente uma referência mundial em educação da infância e como aprendiz desejante posiciono-me como quem deseja estabelecer relação, revelar inquietudes, confrontar óticas e evidentemente valorizar as conquistas. Essencialmente deixar ser tocada pelo outro.

A viagem foi um sonho...

Algo mágico...

Sentir-se inserida em um contexto cultural diverso não me imprimia à sensação de estranha no ninho. Carrego na bagagem de volta o respeito e gratidão pela consagração de algumas crenças impressas em uma bandeira de militância que sempre exaltará a criança como um ser pensante, sensível, digno por todas as suas ações e produções.

Não poderia deixar de declarar minha emoção ao realizar a visita a uma escola completando dez anos, que possui o nome de um brasileiro reconhecido na Itália por sua vida e obra, Paulo Freire.

Encantada eu fui, reencantada voltei, por acreditar que as crianças podem e precisam ser felizes, através de mergulhos e emersões, autonomamente, encantando-se e encantando aos que infinitamente desejarão saber sobre esse ser  que são o nosso presente, que fomos nós no passado e que como nós hoje, serão os adultos no futuro.

Erika Andrade                                                                                                          Educadora da infância (Coordenadora pedagógica e professora do 1ano do Ensino Fundamental – alfabetização).